O grande interesse da mãe por arquitetura, a infância em São Paulo, as aulas na FAU-USP, a proximidade de Ernest Mange, os primeiros projetos, a experiência como professor, a construção do próprio repertório. Neste episódio do Betoneira Podcast, o arquiteto Marcos Acayaba relembra momentos fundamentais de sua formação e sua carreira, como a residência Milan (1972-1975).
Foi importante ter feito esse projeto aos 27 anos. Clientes muito bons, uma beleza de terreno, muita liberdade. Depois, acabei indo morar lá. Mas a sorte não foi ter ficado com essa casa, foi ter feito um projeto assim muito jovem, com essa liberdade toda, e não ter o peso de ser ‘a casa do arquiteto’. — Marcos Acayaba
Paulista, formado pela FAU-USP, onde também se tornou doutor e professor, Acayaba é autor de quase 150 projetos entre 1965 e 2006. Recebeu os prêmios Nacional IAB e Fundação Vilanova Artigas (ambos em 1991) e foi destaque na Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (1993). No bate-papo, ele comenta também sobre a casa para o engenheiro Hélio Olga, construída entre 1987 e 1990, uma de suas obras mais conhecidas.
Quando eu cheguei nesse desenho, eu disse para mim mesmo: é como se fosse uma homenagem ao Santos Dumont. Tem a ver com o 14-bis, são cubos atirantados e tem a coisa de estar meio voando mesmo. — Marcos Acayaba
O tom descontraído da conversa é semelhante ao modo como o arquiteto escreve no livro “Marcos Acayaba", que acaba de ser reeditado pela editora Romano Guerra (336 pág.; R$ 120). Publicado pela primeira vez em 2007, pela extinta Cosac Naify, o livro ganha agora versão bilíngue.